DUREZA NO CORAÇÃO
Em
uma das mais espetaculares narrativas do Novo Testamento, o evangelista Marcos
conta à humanidade que o Nazareno apareceu aos 11 discípulos, todavia, antes de
determinar o anúncio do evangelho, repreende-os pela falta de fé e pela dureza
do coração por não terem acreditado naqueles que o tinham o visto ressuscitado.
Na verdade, não deram a menor credibilidade aos testemunhos de uma mulher e de
dois deles que, por sinal, eram os mais simples e sem instrução do grupo.
Em
ambos os casos, o contato com os discípulos foi decepcionante, pois a boa nova
não pareceu suficiente para arrancá-los da tristeza e do pranto, e fazê-los
abrir-se para a fé. Pelo contrário, continuaram incrédulos. Talvez não tenham
sido capazes de superar o preconceito contra as pessoas do sexo feminino e,
também, de classe inferior, cujos testemunhos, naquela época, não eram aceitos,
não valiam nada. A propósito, não se dava credibilidade às palavras de uma
mulher ou de pessoas muito pobres.
Embora
os discípulos tivessem vivido com Jesus nos seus últimos anos de vida, eles não
puderam alcançar a dimensão de tudo o que haviam visto e ouvido do seu Mestre,
mas gozavam da alegria da sua presença, pois ele era a luz dos olhos daqueles
homens, era o caminho seguro por onde caminhavam, era a fonte de água viva onde
eles saciavam a sede, era o pão vivo que os alimentava o espírito.
Porém,
no primeiro momento sem o mestre, reinou o preconceito, quem sabe até motivado
pelo medo e a dureza de seus corações cegou-lhes a alma que é a principal
característica de quem tem espiritualidade baixa.