quarta-feira, 2 de novembro de 2011

ARQUITETURA DE DESPEDIDA

Com a lembrança, encerramos toda a nostalgia que pautou a maioria das publicações do Blog.  Em breve, voltaremos com novos textos, outros temas.

Bachelard observou que “a lembrança pura não tem data. Tem uma estação. É a estação que constitui a marca fundamental das lembranças. Senão vejamos: Que sol ou que vento fazia naquele dia de novembro em que ela foi embora ?

Compreendi as palavras de Bachelard ao me lembrar daquele dia terrível, que não pode ser esquecido. Era fim de tarde, quando a luz do dia que se ia  misturava-se com o escuro da noite que chegava e tudo ficou indefinido. A indefinição ficava mais indefinida ainda pela chuva fina que começava a cair. Foi então que aconteceu: uma ligação e estava resolvido. Fiquei inconsolável e assustado, pois não tinha lembrança de qualquer momento parecido com aquele.  

De verdade, minha doce menina, a cada dia que passa renova em mim o orgulho de ter lhe conquistado e de ter lhe servido e não existe nada neste mundo que possa romper este orgulho, daí a lembrança que teima em ficar, mas, a cada dia vai ficando mais distante.

O passado não existe mais, aliás, remanesce apenas as lembranças que, como no filme de Kar Wai Wong, AMOR A FLOR DA PELE, podem apenas ser vistas, nunca tocadas.

Sempre tive a fé, a caridade e a esperança no meu coração, e estas virtudes me ajudou a suportar a miséria, o sofrimento e o meu fracasso.

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