TODA HISTÓRIA DE AMOR TEM SEUS FANTASMAS
Em um extraordinário
entardecer de novembro, uma vitalina perguntou se as palavras, com certo
propósito, chegavam ao destino.
Não
tem como saber. Não se deve se preocupar com o destino e, sim, com o propósito
que é de encantar e o encanto chega de todos os lados, de todas as fontes, das
músicas, das palavras, de tudo.
Tudo
encanta, principalmente quando esse tudo vem da miséria onde não tem nada que
se aproveite e é esse o ambiente de Atlantique, drama senegalês de Mati Diop,
primeira diretora negra a competir pela Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Atlantique
é um intenso romance, notável por sua impecável concepção, além de uma original
abordagem aos complexos desígnios do amor, da perda e das forças que ressurgem
das cinzas da tragédia.
Em Atlantique o amor é retratado em gestos simples, mas repletos
de ternura e na devoção dos protagonistas um pelo outro, que nos proporciona
uma fantástica declaração de amor, mesmo no momento em que ocorre um
afogamento.
Ada: Eu sabia que você voltaria
Ada: Só podia ser você
Ada: Sempre sentirei o seu gosto, do sal do seu corpo no meu
suor.
Souleiman: Como você é bonita
Souleiman: Tudo que vi foram seus olhos e suas lagrimas
Souleiman: Senti seu pranto me puxando para o litoral
Souleiman: Seus olhos nunca me deixaram
Souleiman: Eles estavam comigo
Souleiman: Iluminando as profundezas.
Extraordinário.
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